Todo santo dia a mesma cena: eu na cozinha, ainda meio zonzo de sono, preparando meu café. Aquele cheirinho tomando conta da casa é o que me acorda de verdade. Sabe, comecei tomando só aquele cafezinho coado da vovó. Mas um dia, por curiosidade, experimentei um espresso numa cafeteria. Nossa, que diferença! Foi como ouvir sua música favorita em fones de qualidade pela primeira vez.
Tem tanta gente por aí que passa a vida toda bebendo sempre o mesmo café. Um desperdício, viu? Os tipos de café que existem por aí dão um cardápio enorme. É café forte, suave, doce, amargo, cremoso… tem pra todo gosto e momento!
Como é que essa história de café começou mesmo?
Dizem que tudo começou lá na Etiópia, há mais de mil anos. Tem uma história boa: um pastor chamado Kaldi notou que suas cabras ficavam saltitantes depois de comerem umas frutinhas vermelhas. Ele experimentou e… bingo! Eram os grãos de café.
Da África, o negócio foi crescendo – passou pelo mundo árabe, depois Europa e acabou espalhado nos quatro cantos. Cada lugar onde chegava, o café ganhava um jeitinho próprio de ser preparado.
Aqui no Brasil? Chegou lá pelo século 18 e virou paixão nacional rapidinho. A gente adotou a bebida de um jeito que hoje somos os maiores produtores do mundo. Não é à toa que tem gente que não começa o dia sem um “cafezinho”.
“O café é que nem abraço – esquenta a alma e desperta sorrisos. Em cada xícara tem um pouquinho da nossa história.” – João Moreira, que estuda a relação do brasileiro com a comida há anos
Os principais tipos de café do mundo
Os grãos: Arábica x Robusta – os primos diferentes
Antes de falar das bebidas, preciso explicar que existem dois tipos principais de grãos:
- Arábica: É o café mais comum, dá uns 60% da produção mundial. Cresce em lugares altos, tem gosto mais suave, às vezes meio frutado ou floral. É como aquele amigo educado e sofisticado. Custa mais caro porque dá mais trabalho pra cultivar.
- Robusta: Esse é o primo durão! Aguenta pragas e climas difíceis, tem mais cafeína e um gosto mais forte e terroso. Às vezes até amargo. É aquele amigo sincerão que fala na lata. Aparece muito em cafés de máquina e no solúvel.
A maioria dos cafés que a gente toma vem de um desses dois ou de misturas entre eles.
Espresso: o pequenino poderoso
O espresso é tipo aquele amigo baixinho e musculoso – pequeno mas potente! É feito quando a água quase fervendo passa com pressão pelo café moído bem fininho. Sai aquela bebida concentrada com uma espuminha dourada por cima que os italianos chamam de “crema”.
Uma coisa que muita gente não sabe: o espresso não tem mais cafeína que outros cafés! A concentração é maior, claro, mas como a gente toma só um golinho (30-50ml), no fim das contas tem menos cafeína que uma caneca de café coado.
Café coado: o xodó brasileiro
Esse é o queridinho nacional, né? O bom e velho café passado no coador de pano da vó (ou no filtro de papel pra galera mais moderna). É simples assim: café moído, água quente passando por cima, prontinho!
O legal do café coado é que cada casa tem um jeito de fazer. Na minha família, por exemplo, meu pai gosta forte “que dá pra cortar com faca”, já minha mãe prefere mais suave. Você muda a moagem, a quantidade de pó e o tempo de contato com a água e – tchanram! – o gosto muda completamente.
Cappuccino: o café que virou sobremesa

Sabe aquele café que todo mundo pede pra parecer entendido? Pois é! O cappuccino é uma delícia mesmo. É bem simples: um terço de café espresso, um terço de leite vaporizado e um terço de espuma de leite. O nome vem porque a cor lembra as roupas dos monges capuchinhos lá da Itália.
Aqui no Brasil a gente caprichou ainda mais e joga canela ou chocolate por cima. Vira quase uma sobremesa! Difícil resistir, viu?
Latte: pra quem gosta mais do leite que do café
Já reparou naquelas pessoas que pedem café mas na verdade querem mesmo é o leite? O latte foi feito pra elas! É basicamente um espresso afogado em leite vaporizado, com só uma camadinha fina de espuma por cima.
Os baristas (nome chique do pessoal que prepara café) fazem uns desenhos incríveis na espuma do latte. Já vi de tudo: coração, folhinha, rosto de gato… isso se chama “latte art” e é um barato assistir eles fazendo.
Macchiato: o café “manchadinho”
Macchiato em italiano quer dizer “manchado”. É um espresso com só um pouquinho de leite vaporizado ou espuma – como se alguém tivesse “manchado” seu café puro com leite.
É perfeito pra quem acha o espresso muito intenso mas não quer toda aquela leiterada do cappuccino. Um meio termo saboroso!
Café americano: a versão aguada (pros gringos)
Essa história é boa: durante a Segunda Guerra, os soldados americanos na Itália achavam o espresso local forte demais pro paladar deles. Aí alguém teve a ideia de diluir o espresso com água quente pra ficar mais parecido com o café que eles tomavam em casa.
Deu certo e virou opção em qualquer cafeteria. É bom pra quem quer um café menos concentrado mas sem leite.
Mocha: pra quem tem alma de criança
Chocolate com café é tipo batata frita com sorvete – uma combinação que não deveria dar certo, mas dá! O mocha (ou mocaccino) é basicamente um cappuccino com calda de chocolate. Uma indulgência em forma de bebida.
É aquele café pra quando você tá querendo se dar um agrado. Não é à toa que é o queridinho de quem não gosta muito de café “puro”.
Café irlandês: com uma “ajudinha” extra
Esse não é pro dia a dia, mas pra momentos especiais. Mistura café quente com uísque irlandês e coloca creme de leite por cima. Foi criado lá pelos anos 1940 por um chef irlandês pra esquentar viajantes numa noite gelada.
Eu fiz uma vez num inverno em São Paulo. Esquentou até a alma!
Os tipos de café conforme o jeito de preparar
Já reparou como o mesmo café pode ficar completamente diferente dependendo de como você prepara? É tipo arroz – cada um tem seu jeitinho de fazer. Vamos conferir alguns métodos bacanas:
Prensa francesa: o jeitão rústico
A prensa francesa (ou French press) é daqueles métodos que parecem complicados mas são super simples. É só colocar café moído grosso, água quente, esperar uns 4 minutinhos e empurrar o filtro pra baixo. Prontinho!
O café sai encorpado, com aqueles olhinhos de óleo natural na superfície. Tenho uma prensa aqui em casa que uso nos fins de semana, quando dá tempo de apreciar com calma.
AeroPress: o método moderninhos
Esse é o caçula dos métodos. Inventado em 2005, parece uma seringa grandona. Você coloca o café, a água, mexe um pouco e depois empurra com pressão através de um filtro.
Sai um café sem amargor e superlimpo. É pequeno, fácil de levar em viagens. O pessoal do camping adora!
Chemex: o café pra exibir nas redes sociais
A Chemex é aquele método lindo que você já deve ter visto em fotos no Instagram. Parece um vaso com uma cinturinha de madeira. O filtro usado é mais grosso que o comum, então sai um café muito limpo.
É meio carinho, mas fica bonito demais na mesa de café da manhã quando tem visita. E o café é suave, destacando aqueles gostos sutis que às vezes passam batido em outros métodos.
Sifão: o café cientista maluco
Se tem um método que parece coisa de laboratório é o sifão! São duas bolinhas de vidro onde a água sobe por causa do vácuo e depois desce através do café. Parece mágica!
O resultado é um café limpo e muito aromático. Mas vou ser sincero: comprei um desses empolgado e hoje tá juntando poeira. Dá trabalho demais pra usar no dia a dia!
Moka: o “quase espresso” da vovó italiana

A cafeteira Moka (ou italiana) é aquela octogonal de alumínio que faz aquele barulhinho de “pssst” quando o café está pronto. Usa o vapor da água pra forçar a passagem pelo café.
Não chega a ser um espresso de verdade (que precisa de muito mais pressão), mas fica forte e saboroso. Dá pro gasto quando bate aquela vontade de um café mais encorpado.
Cold brew: o café que dorme na água
Diferente de todos os outros, o cold brew não usa água quente. O café fica de molho na água fria por 12-24 horas (geralmente uma noite inteira).
Sai um café naturalmente doce e com pouca acidez, ótimo pra beber gelado. E olha, tem tanta cafeína que é capaz de você ficar elétrico! Virou febre nas cafeterias nos últimos verões.
O café muda conforme o lugar onde nasce
Igualzinho a gente, o café também é influenciado pelo lugar onde cresce. Cada região dá um jeitão diferente pro sabor:
Café do Brasil: equilibrado como a gente
Nosso café brasileiro, principalmente de Minas Gerais e São Paulo, costuma ter um gosto equilibrado – nem muito ácido, nem muito amargo. Tem um docinho natural e às vezes lembra chocolate e castanhas.
É versátil que nem brasileiro mesmo – serve pra vários tipos de preparo!
Café da Colômbia: o cheiroso da turma
O café colombiano é famoso pelo aroma floral e frutado. Tem uma acidez mais presente e um corpo médio. Aquelas montanhas dos Andes fazem mágica com o sabor do café!
Toda vez que passo perto de um café colombiano moído na hora, me dá vontade de enfiar o nariz no pacote. É um cheiro que dá gosto!
Café da Etiópia: o exótico original
Da terra onde tudo começou vem um café surpreendente. Os cafés etíopes, principalmente de Yirgacheffe, têm sabores que você nem imaginaria encontrar num café: parecem suco de frutas ou chá floral!
A primeira vez que experimentei um café da Etiópia fiquei confuso – era tão diferente que eu nem sabia se estava gostando. Hoje é um dos meus favoritos pra métodos filtrados.
Café do Vietnã: intenso e robusto
O Vietnã é o segundo maior produtor mundial, principalmente da espécie robusta. Seu café tem corpo intenso, pouca acidez e notas terrosas e amadeiradas. É comumente usado em blends comerciais e café solúvel.
Diferentes torras: como influenciam os quais os tipos de café

A torra transforma o grão verde e sem graça em algo aromático e saboroso. Os níveis mais comuns são:
Torra clara
Preserva mais as características originais do grão. Apresenta acidez mais alta, corpo mais leve e notas mais frutadas e florais. Ideal para métodos filtrados.
Torra média
Equilibra acidez e doçura, com corpo médio e notas de caramelo e chocolate ao leite começando a aparecer. Versátil para diversos métodos.
Torra média-escura
Diminui a acidez, aumenta o corpo e a doçura, com notas de chocolate amargo, nozes e especiarias. Excelente para espresso.
Torra escura
Reduz significativamente a acidez, resulta em corpo intenso e notas de chocolate amargo, especiarias e até toques defumados ou tostados. Tradicional para espresso italiano clássico.
Quais os tipos de café instantâneo e suas variações
O café solúvel ou instantâneo passou por muitas evoluções desde sua invenção:
Café solúvel tradicional
Obtido pela desidratação do café já preparado, oferece praticidade, mas geralmente com sabor menos complexo que o café fresco.
Café solúvel liofilizado
Processo mais moderno que preserva melhor os aromas e sabores originais. Embora ainda não se compare ao café fresco, representa uma evolução significativa na qualidade.
Café solúvel em sachês
Versões individuais, algumas já adoçadas ou com leite em pó, para preparo ultrarrápido.
Cappuccino solúvel
Mistura de café solúvel com leite em pó e outros ingredientes para simular a experiência do cappuccino de forma instantânea.
O universo das cápsulas
Os sistemas de cápsulas revolucionaram o consumo doméstico de café:
Sistema Nespresso
Pioneiro no setor, oferece uma variedade de “Grand Crus” com diferentes intensidades e perfis aromáticos, de espressos intensos a cafés mais suaves.
Sistema Dolce Gusto
Além de diferentes tipos de café espresso, também oferece cappuccinos, chocolates e outras bebidas em sistema de cápsulas.
Cápsulas compatíveis
O mercado de cápsulas compatíveis com os sistemas famosos cresceu enormemente, oferecendo opções mais econômicas e até cafés especiais de torrefações artesanais.
Cafés especiais: uma categoria à parte
O movimento de cafés especiais elevou a bebida a um novo patamar:
Cafés de origem única
Diferente dos blends, vêm de uma única região ou até mesma fazenda, preservando características únicas do terroir.
Cafés com processos especiais
Métodos como fermentação controlada, processamento honey ou natural resultam em perfis sensoriais únicos.
Cafés de microlotes
Produção extremamente limitada e cuidadosa, frequentemente com pontuações altas em concursos de qualidade.
A tendência dos cafés gelados
O consumo de café frio cresceu exponencialmente nos últimos anos:
Iced Coffee tradicional
Café preparado quente e depois resfriado com gelo, mantendo características semelhantes à versão quente.
Cold Brew
Já mencionado anteriormente, é preparado com água fria em extração lenta.
Nitro Coffee
Cold brew infundido com nitrogênio, criando uma textura cremosa semelhante a uma cerveja stout, servido em tap como chopp.
Bebidas à base de café gelado
Frappuccinos e outras composições que misturam café, leite, xaropes e gelo para criar bebidas refrescantes e indulgentes.
Como escolher entre tantos quais os tipos de café?
Com tantas opções disponíveis, como escolher? Aqui vão algumas dicas:
Considere o momento do dia
Cafés mais intensos como espresso são ótimos para dar energia pela manhã, enquanto opções mais suaves como o latte podem ser melhores à tarde.
Avalie seu paladar
Se você gosta de sabores intensos, experimente cafés robusta ou torras mais escuras. Para paladares que preferem notas mais delicadas, o arábica com torra clara pode ser ideal.
Método de preparo disponível
Nem todo mundo tem uma máquina de espresso em casa. Considere quais equipamentos você tem disponíveis para escolher o tipo de café mais adequado.
Experimentação é a chave
A melhor forma de encontrar seu café ideal é experimentando diferentes tipos. Muitas cafeterias oferecem degustações ou “flights” de café para comparação.
O impacto social e ambiental dos diferentes quais os tipos de café
Nossa escolha de café pode ter impactos significativos:
Café orgânico
Cultivado sem pesticidas ou fertilizantes químicos, beneficia o meio ambiente e frequentemente os produtores.
Café de comércio justo (Fair Trade)
Garante que produtores recebam preços justos por seus produtos, promovendo sustentabilidade social.
Café cultivado à sombra
Preserva habitats naturais e biodiversidade, evitando o desmatamento para plantações.
Certificações ambientais
Selos como Rainforest Alliance indicam preocupações com práticas sustentáveis na produção.
Como cuidar do seu café em casa
Para aproveitar ao máximo qualquer tipo de café:
Armazenamento adequado
Guarde em recipientes herméticos, longe de luz, calor e umidade. Evite a geladeira, pois o café absorve odores.
Moagem no momento do preparo
Sempre que possível, moa os grãos apenas na hora de preparar, pois o café moído perde aromas rapidamente.
Qualidade da água
Use água filtrada em temperatura ideal (92-96°C para a maioria dos métodos, nunca água fervente).
Limpeza dos equipamentos
Manter cafeteiras e acessórios limpos é fundamental para não comprometer o sabor do café.
Principais pontos sobre quais os tipos de café:
- Existem dois tipos principais de grãos: arábica (mais suave e aromático) e robusta (mais forte e com mais cafeína)
- O método de preparo tem grande impacto no sabor final (espresso, filtrado, prensa francesa, etc.)
- A origem geográfica do café influencia suas características sensoriais
- O nível de torra altera significativamente o perfil de sabor do café
- Cafés especiais representam uma categoria superior em termos de qualidade e complexidade
- O consumo de café frio e bebidas derivadas está em crescimento
- A escolha do café ideal depende de preferências pessoais, momento e equipamento disponível
- O consumo consciente pode apoiar práticas sustentáveis na produção de café
- O armazenamento e preparo corretos são essenciais para uma boa experiência
Perguntas frequentes sobre quais os tipos de café
1. Qual café tem mais cafeína, o espresso ou o coado? Por xícara, o café coado geralmente tem mais cafeína total devido ao maior volume e tempo de extração, mesmo que o espresso seja mais concentrado por ml.
2. Qual a diferença entre cappuccino e latte? O cappuccino tem proporções iguais de café, leite e espuma, enquanto o latte tem mais leite e menos espuma.
3. Café gourmet é o mesmo que café especial? Não exatamente. “Gourmet” não tem definição formal, enquanto café especial segue critérios específicos de qualidade da SCA.
4. Quanto tempo o café moído mantém a qualidade? Em condições ideais de armazenamento, cerca de 1-2 semanas, mas perde aromas já nos primeiros dias.
5. Café descafeinado tem zero cafeína? Não completamente. Por regulamentação, deve ter pelo menos 97% da cafeína removida.
6. Café mais escuro é mais forte em cafeína? Paradoxalmente, não. Torras mais escuras têm menos cafeína, pois o processo de torra quebra a molécula.
7. Qual região produz o melhor café do mundo? Não existe resposta definitiva, pois depende de preferências pessoais. Etiópia, Colômbia, Brasil e Panamá produzem cafés premiados.
8. Café solúvel é feito de grãos de qualidade inferior? Geralmente utiliza mais robusta que arábica e grãos de qualidade média, mas existem opções premium no mercado.
9. Como identificar um café de qualidade? Procure informações sobre origem, altitude, processamento, data de torra recente e selos de qualidade.
10. O café expresso italiano leva açúcar? Tradicionalmente não. Na Itália, é degustado puro para apreciar seus sabores naturais.